Levanta e Brilha, FDP!

   Cerca de 500 anos a.C., um general-filósofo chamado Sun Tzu redigiu um pequeno tratado chamado A Arte da Guerra, cujos 13 capítulos trazem a sabedoria de "como fazer a guerra" e permanecem atuais. James Clavell, autor da saga asiática Tai-Pan, Xógun e Casa Nobre, impressionado com a força da obra de Sun Tzu, traduziu e adaptou-a para o inglês, fazendo o seguinte comentário sobre A Arte da Guerra:

    "Como em O Príncipe, de Maquiavel, e o Livro dos Cinco Círculos, de Miyamoto Musashi, as verdades de Sun Tzu podem, da mesma forma, mostrar o caminho da vitória em todas as espécies de conflitos comerciais comuns, nas batalhas em salas de diretoria e na luta diária pela sobrevivência, que todos enfrentamos - e mesmo na guerra dos sexos! São todas formas de guerra, em todas se combate sob as mesmas regras - suas regras."

     O livro de Sun Tzu começa assim:

    "A guerra é uma questão vital para o Estado. Por ser o campo onde se decidem a vida ou a morte, o caminho para a sobrevivência ou para a ruína, torna-se de suma importância estudá-la com muito cuidado, em todos os seus detalhes".

    Importante também destacar a maior sabedoria desta obra, que a permeia do começo ao fim: "... o verdadeiro objetivo da guerra é a paz", pois além de tratar de estratégias militares, A Arte da Guerra está intimamente ligada à filosofia e à religiosidade oriental, especialmente ao taoísmo*.

  Clique para conferir alguns ensinamentos de Sun Tzu ou fazer o download do livro.

 * Lao-Tsé, o filosófo-mistico criador do taoísmo em sua obra Tao-te Ching, foi contemporâneo de Sun Tzu - ambos viveram e influenciaram o período dos Estados Guerreiros, época de terríveis conflitos sociais e culturais que abalaram a China, e suas mensagens continuam vivas, 25 séculos após sua criação. Sun Tzu ensina que "A maior das habilidades é vencer os inimigos sem lutar", e essa estratégia de vencer sem lutar, "agir pelo não-agir", realizar o máximo fazendo o mínimo, tem a marca característica do taoísmo.

    Sabendo que A Arte da Guerra (Artes Marciais) é bastante antiga e que seus ensinamentos permanecem atuais ainda hoje, podemos tentar entendê-la um pouco melhor na perspectiva da "Arte da Guerra" japonesa, ainda que o bushidô, ou o Caminho do Guerreiro Samurai mereça um capítulo á parte.

    Carlos Stein, no prefácio de Shin Hagakure faz as seguintes considerações:

    "No mundo inevitável das relações pessoais, uma filosofia milenar emerge como um novo parâmetro. Não se trata de uma religião. É uma forma de vermos a nós mesmos e aos nossos próximos. Uma forma de enxergar a nossa relação com a natureza, com a sociedade, com tudo que nos cerca. (...)

    Se existe uma forma de nos tornarmos mais fortes é reconhecer nossas fraquezas e buscar superá-las.

    "Guerra" tornou-se uma palavra contaminada pelas mais diversas conotações negativas. Mas o que ocorre em praticamente todos os dias da vida daquele que se propõe a construir algo senão uma interminável sequência de batalhas? Algumas sutis, outras nem tanto, e alguns incontestes embates em que a própria existência pode ser comprometida.

    O que nos resta senão combater? (...)"

    Abaixo, trechos de Shin Hagakure, do sensei Jorge Kishikawa (Mestre da arte da espada samurai)

    Pratico diariamente em busca da perfeição. Para chegar ao golpe perfeito, posso dizer que é preciso no mínimo trinta anos. Se for verdade que atualmente a perfeição é uma das ferramentas essenciais para alcançar o sucesso em todos os segmentos, não será perda de tempo fazer críticas ou demandar esforços a fim de enfraquecer seu concorrente?

    Você dirá que o concorrente vive tentando lhe passar a perna e criticando o seu trabalho. Enquanto ele critica, gaste seu tempo aperfeiçoando-se. Deixe-o perder tempo, e busque voce a perfeição. Quando chegar num estágio elevado de perfeição, poderá aniquilá-lo com o golpe perfeito. Talvez ele já nem seja páreo para se chamar concorrente.

    Almejando a perfeição e melhoria no que faz, estará elevando sua espiritualidade e sua técnica, em vez de se misturar com a energia negativa da inveja, da insegurança e do ódio do seu concorrente.

    Cada vez mais chego à conclusão de que os deuses da prosperidade dão mais lucros àqueles que buscam melhorar a sua loja do que àqueles que vivem de apedrejar a loja dos seus concorrentes.

    Quando leciono às mulheres no Caminho da Espada, procuro fazer com que a parte física não implique desvantagem no combate. Isso não é tão difícil. As mulheres não utilizam a força bruta para vencer. De longe, têm a melhor postura e a melhor pegada na espada, itens importantes para começar corretamente. Ao longo do tempo, adquirem menos vícios que os homens, o que me poupa tempo e saliva durante a aula.

    Homens precisam aprender com as mulheres a ser mais "femininos" e menos brutamontes.

    "As mulheres são melhores que os homens", dizem os mestres japoneses.

    Rabiscos, obra-prima ou plágio.

    O combate é a manifestação artística do guerreiro.

    Combater é desenhar, pintar. De todo o coração e com plena inspiração.

    Qual o quadro que você pinta no combate?

    Como será o quadro ao final de sua vida?

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O SAMURAI INVENCÍVEL

Miyamoto Musashi, o mais famoso espadachim japonês, nasceu no Japão em 1584, participou de dezenas de duelos e permaneceu imbatível.

Além de criar o estilo de luta com duas espadas chamado “Niten Ichi Ryu“, escreveu o tratado sobre artes-marciais conhecido como o Livro dos Cinco Anéis.

   Musashi demonstra seu estilo, a Escola de Duas Espadas, gravura ukiyo-e de Kuniyoshi (1846).

 "Hotei - Divindade da Fortuna, assistindo a uma briga de galos.", obra de Miyamoto Musashi 

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Acredito que este conto zen seja relevante: 

O aluno perguntou ao Mestre:

- Como faço para me tornar o maior dos guerreiros?

- Vá atrás daquelas colina e insulte a rocha que se encontra no meio da planície.

- Mas para que, se ela não vai me responder?

- Então golpeie-a com a tua espada.

- Mas minha espada se quebrará!

- Então agrida-a com tuas próprias mãos. 

- Assim eu vou machucar minhas mãos… E também não foi isso que eu perguntei. O que eu queria saber era como que eu faço para me tornar o maior dos guerreiros.

- O maior dos guerreiros e aquele que é como a rocha, não liga para insultos nem provocações, mas está sempre pronto para desvencilhar qualquer ataque do inimigo.

Autor Desconhecido, via Magia Oriental

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Clique para conferir Os sete princípios que regem o código de Bushido.
 (Acredito que seja mais ou menos isso: Honra, Lealdade, Coragem, Justiça, Benevolência, Educação e Sinceridade.)

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Em tudo vejo o Caminho... Nunca a vida me foi tão dura e tão bela! (Fred, ago2011)

No link está a Apologia de Sócrates. Importantes esses caras, hein...

"A guerra é a origem de todas as coisas. E de todas ela é soberana. A uns ela apresenta-os como deuses, a outros, como homens; de uns ela faz escravos, de outros, homens livres."
HERÁCLITO, Frag.53, Hipólito  

Já tem 10 anos, mas o artigo merece a leitura:  Guerra, teoria de jogos e terrorismo. O site traz informações e links referente a Guerra e Ciência.

O APEGO 

Um dia morreu o guardião de um mosteiro Zen. Para decidir quem seria a nova sentinela, o mestre convocou os discípulos e disse:

- O primeiro que resolver o problema que eu apresentarei assumirá o posto.

Então, numa mesa que estava no centro da sala, colocou um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza. E disse apenas:

– Aqui está o problema!

Todos ficaram a olhar para a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? De repente, um dos discípulos saca da espada, olha para o mestre, dirige-se para o centro da sala e… Zazzz! Com um só golpe destruiu tudo.

– Você é o novo guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.

Conto japonês de autor desconhecido
(via Magia Oriental)

II Guerra para nossa época.